Acre intensifica combate à dengue com recolhimento de mais de 1,8 mil toneladas de entulho

Ação conjunta entre estado e prefeituras visa eliminar focos do Aedes aegypti. Seis municípios já aderiram à iniciativa, e outros devem participar em breve.

 

Diante do avanço da dengue, mais de 1,8 mil toneladas de entulho foram removidas de municípios do Acre no mês de janeiro. A operação, que já conta com a participação de seis cidades, deve ser ampliada para outras regiões do estado.

A iniciativa resulta da parceria entre o governo estadual e as prefeituras, contando com o apoio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre). O principal objetivo é eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

“Com a intensificação do inverno amazônico, os entulhos acumulados em vias públicas, terrenos baldios e quintais criam condições ideais para a proliferação do mosquito, agravando a epidemia”, explicou Sula Ximenes, presidente do Deracre.

Volume de entulho recolhido por município:

  • Sena Madureira: 672 toneladas
  • Feijó: 400 toneladas
  • Tarauacá: 368 toneladas
  • Mâncio Lima: 200 toneladas
  • Cruzeiro do Sul: 130 toneladas
  • Plácido de Castro: 75 toneladas

“Estamos empenhados em combater esse problema de maneira efetiva. Não daremos espaço para a proliferação do Aedes aegypti”, reforçou Ximenes.

Decreto de emergência

O governo do Acre declarou emergência em saúde pública no dia 9 de janeiro devido ao aumento dos casos de dengue e síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs). O estado ocupa a 13ª posição nacional em incidência da dengue e é o segundo mais afetado na região Norte, ficando atrás apenas do Amapá, conforme o Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizado até 27 de dezembro.

“O decreto facilita a implementação de ações emergenciais e tem validade inicial de 90 dias, podendo ser prorrogado conforme necessário. Quando assumimos em 2021, enfrentamos uma crise da dengue que resultou em três óbitos. Não podemos permitir que isso ocorra novamente”, destacou o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.

A capital do estado registrou mais de 800 notificações de casos suspeitos de dengue em apenas 15 dias, levando à assinatura do decreto municipal de emergência em saúde pública.

Segundo o secretário de Saúde, Rennan Bihts, um levantamento realizado em dezembro apontou um índice de infestação predial de 10,3%, muito acima do patamar considerado crítico.

“Nossa equipe de endemias identificou que, a cada 10 residências visitadas, pelo menos uma apresentava condições favoráveis para a reprodução do mosquito. Índices acima de 3,2% já configuram um risco epidêmico elevado”, explicou Bihts.

Diante desse cenário, a prefeitura deu início a um mutirão de limpeza nos bairros da capital para eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti. A ação marca o início de uma campanha intensiva contra a doença durante o período chuvoso.

“O aumento contínuo das notificações exige respostas rápidas. O decreto de emergência nos permite agir de maneira mais eficiente para conter o avanço da doença”, afirmou o secretário.

Principais sintomas da dengue

A dengue pode afetar qualquer pessoa, mas idosos, gestantes, crianças menores de 2 anos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, correm maior risco de desenvolver complicações graves. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dores intensas no abdômen;
  • Vômitos frequentes;
  • Sudorese excessiva;
  • Fraqueza e sonolência;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade respiratória;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Hemorragias (presença de sangue no vômito ou fezes);
  • Dificuldade para urinar;
  • Febre alta.

Medidas preventivas

A população tem um papel fundamental no combate à dengue. Algumas medidas essenciais incluem:

  • Esvaziar e higienizar vasos, potes e garrafas PET;
  • Guardar pneus em locais cobertos ou descartá-los corretamente;
  • Manter caixas d’água fechadas e limpas;
  • Amarrar bem os sacos de lixo;
  • Evitar o acúmulo de lixo e entulhos.

A colaboração entre governo, prefeituras e comunidade é fundamental para reduzir os casos de dengue e preservar a saúde pública.

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