O impacto da economia no entretenimento ao vivo: quando o bolso pesa mais que a vontade de se divertir

O mercado de entretenimento ao vivo — shows, festivais, festas e experiências culturais — vive um dilema histórico. De um lado, o público deseja cada vez mais experiências únicas, imersivas e compartilháveis. Do outro, a realidade econômica pressiona tanto o bolso do consumidor quanto os custos de produção.

Para Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, empresário e sócio da VBR Entretenimento e da Formiga XP, esse é um dos maiores desafios do setor: “Quando a economia não vai bem, o entretenimento é um dos primeiros gastos cortados. E, ao mesmo tempo, produzir eventos nunca esteve tão caro.”

Custos de produção em alta

Realizar um show ou festival hoje exige lidar com:

  • Cachês elevados de artistas – a valorização do mercado aumentou os preços, principalmente em nomes de grande porte.
  • Inflação e logística – transporte, hospedagem, estrutura e serviços ficaram mais caros.
  • Tecnologia – o público espera cenografias imersivas, ativações digitais e recursos audiovisuais de alto padrão.

“Como produtor, percebo que o dilema é claro: o público cobra experiências cada vez mais completas, mas os custos crescem numa proporção que pressiona os preços dos ingressos”, destaca Paulo Victor Jabour.

O novo perfil do consumidor

A economia afeta diretamente a forma como o público se relaciona com os eventos. E aqui entra um ponto importante: a nova geração é mais seletiva.

  • Geração Z e Alpha preferem menos quantidade e mais qualidade.
  • O poder de compra reduzido faz com que comparem cada ingresso como um investimento.
  • Há maior sensibilidade a preços e busca por experiências que realmente valham o valor pago.

Ou seja: os jovens querem viver intensamente o evento, mas não vão a todos. Selecionam.

Quando o bolso fala mais alto

É fato: quando a economia aperta, o entretenimento é um dos primeiros gastos a ser cortado. Famílias priorizam alimentação, transporte e despesas fixas. O resultado é queda nas vendas de ingressos e maior dificuldade de atrair patrocinadores que também se tornam mais seletivos em tempos de incerteza.

Esse comportamento pressiona produtores a buscarem soluções criativas para manter o público interessado e presente.

Novos formatos para driblar a crise

Para superar esse cenário, surgem alternativas que vêm ganhando força no mercado:

  • Parcerias estratégicas – dividir custos de produção e ampliar canais de venda.
  • Eventos híbridos – unir o presencial com transmissões digitais, ampliando o alcance.
  • Combos de ingressos – oferecer pacotes ou assinaturas que diluem o preço por experiência.
  • Ativações de marca – integrar patrocinadores à experiência para gerar receita além do ingresso.

Segundo Paulo Victor Jabour, a saída está em equilibrar criatividade e viabilidade econômica: “Quem conseguir inovar em formato e gestão terá espaço mesmo em momentos de crise.”

Conclusão

O entretenimento ao vivo é um dos setores mais impactados pela economia. Custos em alta, ingressos caros e público seletivo criam um cenário desafiador para produtores e marcas.

Mas, ao mesmo tempo, esse é um mercado que se reinventa constantemente. Novos formatos, parcerias inteligentes e inovação são o caminho para enfrentar a crise sem perder a essência: entregar experiências que marcam a vida das pessoas.

Para Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, a lição é clara: “A economia pode pressionar, mas o desejo por experiências nunca vai desaparecer. O desafio do setor é encontrar formas inteligentes de manter esse desejo acessível e sustentável.”